SYMPLOCACEAE

Symplocos corymboclados Brand

EN

EOO:

171.232,477 Km2

AOO:

140,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil, com ocorrência nos Estados: MINAS GERAIS, município de Itamonte (Almeda 9802); PARANÁ, municípios de Antonina (Ribas 2185), Campina Grande do Sul (Roderjan s.n.), Colombo (Selusniaki 1430), Curitiba (Hatschbach 48566), Guaratuba (Fernandes, 35), Morretes (Dala Rosa 106), Palmeira (Dombrowski 11444), Piraquara (Fritsch 1807), Quatro Barras (Roderjan 1018), RIO DE JANEIRO, nos municípios de: Itatiaia (Porto 831), Nova Friburgo (Correia 187), Resende (Neves 1378), Rio de Janeiro (Altamiro 51), Santa Maria Madalena (Lobão 667); SANTA CATARINA, nos municípios de: Campo Alegre (Reitz 5249), Nova Trento (Maçaneiro 15), Rancho Queimado (Reitz| 5391), São Bonifácio (Verdi 3263). Ocorre nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina (Romão et al., 2020). No Estado de Minas Gerais a espécie ocorre em florestas Montanas e Alto Montanas, em até 1.850 m de altitude. No Estado do Paraná, Symplocos corymboclados tem ampla distribuição, ocorrendo também em florestas ombrófilas baixo montanas (Aranha-Filho et al., 2007).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Marta Moraes
Critério: B2ab(iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvore ou arbusto de até 10 m, endêmica do Brasil (Romão et al., 2019). Documentada em Floresta Ombrófila Densa Alto Montana (Mata Nebular entre 1100 - 2000 m.a.s.l.) e Campos de Altitude associados à Mata Atlântica nos estados de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Apresenta distribuição restrita à fitofisionomias mencionadas, especifidade de habitat, AOO=152 km² e cinco situações de ameaça, além da ocorrência em ecossistemas severamente fragmentados. O ambiente onde a espécie se desenvolve encontra-se ameaçado pela pressão antrópica (CNCFlora, 2012). Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Os grandes incêndios nos Campos de altitude e o aumento de sua frequência representam ameaças para as espécies com ocorrência nessas localidades (Aximoff, 2008). A conservação de floresta nativas em altitudes elevadas também tem se tornado uma constante. Por exemplo, o município de Itamonte (MG) tem 24% de seu território convertido em pastagem (Lapig, 2018). Assim, infere-se declínio contínuo em AOO e em extensão e qualidade de habitat. Diante desse cenário, S. corymboclados foi considerada "Em perigo" (EN) de extinção novamente. Recomenda-se ações de pesquisa (localização de novas subpopulações, censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois extinções local podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN) previsto para sua região de ocorrência nos estados em que foi documentada.

Último avistamento: 2017
Quantidade de locations: 5
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim
Razão para reavaliação? Other
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Em Perigo" (EN) na Portaria 443 (MMA, 2014) sendo então necessário que tenha seu estado de conservação re- acessado após 5 anos da última avaliação.

Houve mudança de categoria: Não
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 EN

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em Engl., Pflanzenr. IV. 242 (6): 72. 1901. Caule: planta(s) monoica(s); indumento glabro(s)/pubescente(s); tricoma(s) simples. Folha: consistência cartácea(s); formato elíptica(s)/estreitamente elíptica(s)/obovada(s)/oblanceolada(s); margem(ns) plana(s)/serrilhada(s); glândula(s) marginal(ais) persistente(s) ou não no ápice(s) dos dente(s); face(s) adaxial glabra(s); face(s) abaxial estrigosa(s)/glabrescente(s). Inflorescência: tipo glomeriforme(s); pedúnculo(s) obscuro(s) e coberto pela(s) bráctea(s); bráctea(s) persistente(s)/deltoide(s). Flor: flor(es) bissexual; indumento do cálice(s) glabro(s)/pubescente(s); corola 5 a(s) 6 lobo(s) patente(s) arqueado(s) ascendente(s)/imbricado(s); disposição dos estame(s) em relação ao lobo(s) da corola em agrupamento alterno(s)/monadelfo; indumento dos filete(s) pubescente(s); disco aderente ao ápice(s) do ovário(s) coberto pelo(s) lobo(s) do cálice(s)/coberto pelo(s) estame(s)/glabro(s)/pubescente(s). Fruto: tipo drupa(s) de forma elipsoide/cilíndrica(s); com cálice(s) persistente(s) excedendo o disco (Romão et al. 2019). Nome vulgar: "congonha" (Aranha Filho et al. 2007).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Em estudo da estrutura arbórea da floresta ombrófila densa altomontana, em quatro Serras no Sul do Brasil, foram quantificados 75 ind/ha (Serra da Prata, município de Paranaguá), 225 ind./ha (Serra do Ibitiraquire em Campina Grande do Sul), 8 ind/ha (Serra da Igreja em Morretes) e 16 ind./ha (Serra Gigante em Guaraqueçaba), com DAP ≥ 10 cm (Scheer et al., 2011). Outro estudo de estrutura da comunidade arbórea, em duas vertentes na serra do Mar no Paraná, quantificaram 20 ind./ha (encosta convergente) e 60 ind./ha (encosta divergente), no morro do Capivari e 100 ind./ha (encosta divergente), no morro Taiapabuçu, com DAP ≥ 3,18 cm. Symplocos corymboclados estavam entre as espécies dominantes desta área (Vieira, 2016).
Referências:
  1. Scheer, M.B., Mocochinski, A.Y., Roderjan, C.V., 2011. Estrutura arbórea da Floresta Ombrófila Densa Altomontana de serras do Sul do Brasil. Acta Bot. Brasilica 25, 735–750. https://doi.org/10.1590/s0102-33062011000400002
  2. Vieira, R. de S., 2016. INFLUÊNCIA DE FEIÇÕES GEOMÓRFICAS SOBRE OS PADRÕES PEDOLÓGICOS, FLORÍSTICOS E ESTRUTURAIS DE FLORESTAS ALTOMONTANAS NA SERRA DO MAR DO PARANÁ – BRASIL. Diss. apresentada ao Programa Pós- Grad. em Eng. Florestal, Set. Ciências Agrárias da Univ. Fed. do Paraná 99p.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: bush, tree
Longevidade: unkown
Luminosidade:
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Campo de Altitude, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Campos de Altitude, Floresta Ombrófila Densa
Habitats: 1 Forest, 3 Shrubland, 4 Grassland
Clone: unkown
Rebrotar: unkown
Detalhes: Espécie caracteriza-se por arbustos ou árvores, terrícolas, podendo atingir de 1-10 m de altura; floresce geralmente entre os meses de setembro a novembro, ocasionalmente julho e agosto, frutifica geralmente de novembro a março, ocasionalmente em junho ou outubro (Aranha Filho et al., 2007).
Referências:
  1. Aranha-Filho, J.L.M., Fritsch, P.W., Almeda, F., Martins, A.B., 2007. A revision of Symplocos Jacq. section Neosymplocos Brand (Symplocaceae). Proc. Calif. Acad. Sci. fourth Ser. 58, 407–446.
  2. Romão, G.O.; Cabral, A.; Santos, F.B.D.; Aranha Filho, J.L.M. Symplocaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://www.floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB14901>. Acesso em: 19 Jun. 2019

Reprodução:

Detalhes: Floração geralmente de setembro a novembro e ocasionalmente de julho e agosto. Frutificação geralmente de Novembro a Março e ocasionalmente junho ou outubro (Aranha Filho et al., 2007).
Fenologia: flowering (Sep~Nov), fruiting (Nov~Mar)
Estratégia: iteropara
Sistema sexual: hermafrodita
Referências:
  1. Aranha Filho, J.L.M.; Fritsch, P.W.; Almeda, F. & Martins, A.B. 2007. A revision of Symplocos Jacq. section Neosymplocos Brand (Symplocaceae). Proceedings of the California Academy of Sciences 58: 407-446.

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat past,present,future regional very high
No entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões; Lino, 2003).
Referências:
  1. Simões, L.L., Lino, C.F., 2003. Sutentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future national very high
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching habitat,occurrence past,present,future local very high
O município de Itamonte (MG) com 43179 ha tem 24% de seu território (10334 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 19 de novembro 2018).

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie está dentro de algumas Unidades de Conservação: ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL DE GUARATUBA, PARQUE NACIONAL DE SAINT-HILAIRE/LANGE, ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL DO PIRAQUARA, ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO IRAÍ, PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA, ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE MACAÉ DE CIMA, ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL CARAPIÁ, MONUMENTO NATURAL MUNICIPAL DO PICO DO ITAGUARÉ, PARQUE ESTADUAL DO DESENGANO.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown